20 de julho de 2014

Poética do Corpo.

De repente você (se)descobre mais profunda(mente). O corpo mostra, se reconstrói e nasce. Os gestos surgem. Os olhos; ser que divide. Viagem única poética rumo ao toque. Respir(ação) ritmada, água que deságua no eu, que se transforma. Em mim.
No eu que escala e cai, e aceita. Sente dor e aceita. Sente medo e aceita. Sente amor e aceita. Sente-se só e aceita. E se transforma. E vai a outros solos, redescoberta contínua. Agora sou muitas novas palavras e pequenos movimentos.
Aquela mulher que na verdade não dança, e sim foge. E não é aquela projetada. É aquela que causa algo entre asco e amor. A timidez que dilata no último momento. E deixa pequenas marcas em si. Pequenos momentos de suspensão.
E as coisas dessa vida nunca mais serão as mesmas.

14 de junho de 2014

Cegueira.

Toco a água com minhas mãos e viro barco a acariciar ondas; imagino em seus olhos redemoinhos molhados a me afogar.

Deslizo em sua pele macia e meus pelos te olham com vontade; que sorte esse teu gosto forte de boca carnuda e coxas com desejo de mordida.

Não te enxergo mas te sinto minha quando olho-te com meu suor.

|SINTO|.

me faz teu quando toco na tua alma com meu corpo inteiro; minha mente se esvai, esvazia-se.

ESVAZIA-ME e me preenche com teu olhar de minha; mulher terrível, me faz ver o céu que nunca vi.

Voa até meus sonhos e voa comigo. Voa-me. Venha-me.
 me transforma em nota.

Nota-me. Arranja-me. Abafe-me.
Destoe-me. mi-faça.
Nota o que faz com minha mente.

Quisera eu ver a ponta de seus cabelos e de seus dedos.
Seu ventre e peitos, suas curvas e pintas.
Não importa: te sinto.

Explora-me.