23 de dezembro de 2011

Multiplicando.

As diferenças sociais não deixam de existir, mas os bons ventos anunciam um movimento que traz ares de mudança: a poesia escrita no papel ganha espaço no mundo virtual; a voz, por muitas vezes calada, ganha espaço como ferramenta de aspecto social. Percebe-se a formação de um grande sarau, onde o preconceito dá lugar a olhos, ouvidos atentos e aplausos ao escritor.
São descobertas. Questionamentos. Indignação. A poesia vira ação. É o refúgio de alguns, talento de outros, direito de todos nós. São pensamentos, vontades transformadas em palavras, requintadas com um vocabulário raso ou profundo, não importa! Os bons ventos, ah! Os bons ventos nos mostram que é um caminho para registrar a história de uma gente cheia de cultura, imaginação, capacidade de transformação! Versos livres, metrificados, frases soltas, é a sede de dizer algo de si para si, algo do bicho humano para o mundo!
São inúmeros rostos, gestos e gostos distintos, é São Paulo mostrando sua diversidade com a poesia nos bares, nas periferias da cidade, trazendo toda uma inspiração pra quem observa essa jornada. É uma crença, esperança pra quem acredita que essa arte pode trazer algo de melhor pra muita gente.
Escrever é ir além, observar com mais atenção, desfragmentar, organizar, compartilhar contradições e afirmar opiniões. E a grande sacada não é ser só um; a graça e a força está no coro, no conteúdo propagando liberdade de expressão!

                                                                  Sarau da Cooperifa*

*Saiba mais em: http://colecionadordepedras1.blogspot.com/

14 de dezembro de 2011

Bonito poeta.

E é em meio a devaneios
que você vem assim,
bem devagarinho
cantando baixinho
revelando todo um carinho
que encanta meu ser.

E me pergunto então
quem tu és
já que pareces tão livre
já que pareces tão seu
Deixando-se amar
um tanto quanto pelo olhar
apegando-se aos detalhes
do curioso modo de encontrar
por um gingado todo feito
de sorriso e paixão
um gingado nu que espanta,
embala por vezes tua inspiração
e envolve bem de mansinho
a poesia do bonito poeta
que tu és.

5 de outubro de 2011

Um singelo desabafo...

Ouço o choro da moça que passa perto... Ele chega a mim quase tão sutil quanto as gotas de chuva que caem.
Que triste pensar em perder alguém assim, numa noite tão bonita.
Olho para as flores que carrego e penso por um instante que não deveriam estar ali. Seu desabrochar é tão silencioso... silencioso como o choro da moça que passara por perto.
A poesia que a noite então cria afeta a mim. Penso em toda dor e em toda revolta que eu também sentira, e que ainda deixa seus resquícios...
O mundo me parece tão intolerante, as pessoas me parecem tão sem coração...
O sorriso que já surgia em mim tão sem vida!
Entre essa agonia ingrata me perdi, sem entender toda a injustiça que passava por meus olhos e deixavam inquietos tantos sentimentos.
O que fazer em relação ao fato de que milhares de pessoas estão passando fome, enquanto tantas e tantas outras ao menos lembram-se disso? A paz me parece tão simples, meu deus! Mas permanece calada, tão sem vida... assim como muitas pessoas que observo ao meu redor.
(E são tantos outros cruéis fatos que existem...)

Numa louca contradição, falta humanidade aos seres humanos. O que se vê é o bicho do homem,  levado por seus instintos, matando a si mesmo a cada dia.

'(...) e há tempos nem os santos têm ao certo a medida da maldade, e há tempos são os jovens que adoecem... E há tempos o encanto está ausente, e há ferrugem no sorriso... e só o acaso estende os braços a quem procura abrigo e proteção...'

Às vezes, sinto tudo como se fosse uma criança... numa ingenuidade delicada de não compreender muitas atitudes das pessoas, e só ter o simples desejo de ser feliz.
Talvez, é com esse sentimento ingênuo que delicadamente conserva-se em mim uma esperança, uma esperança que às vezes adoece, mas nunca morre: é unicamente o ser humano que possui a capacidade para transformar qualquer circunstância, e assim gradativamente acontecerá.

'(...) meu amor, disciplina é liberdade, compaixão é fortaleza, ter bondade é ter coragem...'

Só quero acabar com tudo isso que me deixa assim... com um tristeza tão exata em dias tão bonitos...
'É pela paz que não quero seguir admitindo'.

28 de agosto de 2011

Apenas.

Às vezes, essa tua ausência me traz a vontade de cuspir, arranhar os sentimentos que me doem. Essa tua ausência traz a mim a vontade de fazer da tristeza um quadro emoldurado, simplesmente para colocá-lo em algum lugar distante. Essa tua ausência que se confunde com seus sinais e seus gestos...

Não sei se te amo de um amor voraz, que se esconde por meio de um leve pensamento constante de pudor, ou se te amo de um amor calmo, simples e prestante, mas que ainda assim te consome aos poucos, te descobre a cada passo, entende estes teus segredos de um caminhar misterioso.

Então sofrer para somente depois reconhecer sua sublime virtude, ao sentir os prazeres de o ter? Amor, curioso e sublime amor.

26 de agosto de 2011

Eu queria ser artista.

Eu queria ser artista. Já fui bailarina! Já fui atriz!
Às vezes, arrisco traços.... Traços, retas e notas! Paralelas, verticais, abcissas, dissonantes!
Já fui pianista.
Já pintei quadro com tinta a óleo, já desenhei com giz a própria mão.
Já tentei ser escritora, jornalista, diplomata de conhecimentos variados e sutis.

Mas sabe, ser artista é coisa de outro mundo. 
Não posso ser artista... Não tenho dom.

E olha, é tão bonito dançar! Dançando a gente pode sentir o próprio coração. Inclusive, o bonito de ser artista é demonstrar com arte o que há no coração!
Por isso, por isso eu queria ser artista!

Arte... Arte tem em todo mundo! Todo mundo tem um pouco de artista dentro de si. Ou é, em si, uma arte! Ou pode ser arte, artista. Virar arte! Tornar-se artista!
(Só a gente- que não é artista- que não vê!)

Ué, mas todo mundo não era artista até agorinha mesmo? Eu, hein.

Mas viu, moço... Deixa eu ser poeta?
Poeta assim, do meu jeitinho!
Poeta assim, com seu jeitinho, também pode ser artista... Não pode?

21 de julho de 2011

Nota.


Sabe a saudade de ouvir tua voz no fim do dia?  
Quanto é bom poder ter teu abraço enquanto durmo, ou a sensação de acordar ao teu lado, te dar um beijo, simplesmente sorrir e dizer 'bom dia'!
Bom relembrar como tudo começou, bom fazer planos com você e, no fim, acabar somente vivendo o que se tem pra viver. Afinal, 'a vida só se dá pra quem se deu, pra quem amou, pra quem chorou, pra quem sofreu...'.
Eu gosto tanto dessa tua vida junto da minha... Desse teu jeito de falar comigo, de como suas mãos passam pela minha cintura- como me sinto tão sua! Adoro quando seu cheiro fica na roupa, e dos teus gestos quando já acho que o amor não é tanto... De quando cozinhamos juntos e de quando você me surpreende com esse que é mais um de seus dons.
Quando te tenho tão meu é quando te quero ter por inteiro... Por uma noite afora, por horas... por toda uma vida!

18 de abril de 2011

Construções

E os passos dados apressados se fazem nas calçadas sujas da cidade. E o som incessante de buzinas, e milhares de pessoas que me cercam, e as construções pelas quais passo.
Até que, ao meio de tanto desencanto, você me aparece, tão fugaz! Surge como qualquer coisa que é vida e poesia...

E foi assim, meu amor... Foi assim que comecei a te amar!

12 de março de 2011

Pequenos gestos.

Às vezes tua ausência me machuca, me faz ver carinhos não recebidos, paixão sem ter colo... A vontade que aos poucos se faz é a de me doar em teus braços, beber do teu êxtase, roubar teu amor em momentos nossos, sentir o cheiro da tua pele na minha, sua boca passeando em mim até me calar... Desejo de ser sem ser, ser só um, não ser ninguém, deixar ser o que você quiser; me render ao desejo que se faz em mim calado, como uma rosa que espera desabrochar em seu momento sublime. E que bonito se faz o sublime desabrochar...

15 de fevereiro de 2011

Meu infinito particular...

Há em mim uma alegria e esperança que quase não se contentam! Expressam-se diariamente por meio de sorrisos e rastros espalhados pelos cantos por onde vou. Poesia faz parte da minha essência. Difícil explicar o fato de ver poesia em tudo, do feio ao bonito...
Acreditando sempre que só compreende-se certas (se não todas as) coisas com o coração. Ah, o amor!
Um grande primeiro amor. Marcante, apaixonante, inesquecível. Algumas paixões passageiras, uns poucos romances... Muitas lições deixaram.
Agora pousa sobre mim um amor calmo, confiante, verdadeiro, que traz com si o desejo da plenitude de ser feliz-a-dois. Não fui feita para viver só; se faz em mim a necessidade de oferecer carinho a quem amo, e ter a quem amar.
Sonhos se fazem, às vezes, confusos e radiantes! Mas nunca deixam, nem deixarão de existir. Ser personagens em palcos, construir casas, fazer pessoas felizes, acabar com a miséria do mundo, viajar e fazer de si mesma o próprio sincretismo! Sonhos que tornam-se objetivos e movem a vida desta que liberta-se por meio de palavras, que vê na escrita uma forma singela e linda de expressar-se. Que alegra-se com a arte, que canta e sorri com tal feito, que se encanta com os gestos mais simples possíveis...
Tem a determinação como ponto forte em suas conquistas, e os incentivos maravilhosos de seu mestre da vida, já que é budista. Ora pela felicidade e paz de toda a humanidade!
Vê em sua mãe uma fortaleza. Em seu irmão, um oposto... Em seus amigos, um tesouro valioso, que preza sem igual.
Aprendeu certa vez com a perda que saudade nada mais é do que o amor que fica... E que a vida é constantemente mutável. Fatos que se fundem, confundem, mas existem. Há fatos que simples, e às vezes, dolorosamente, deve-se encarar com maturidade. 
Da música tira sentimentos bons, e por ela tem enorme admiração. Em seu piano toca agora raramente, mas não sem saudade. Seis anos de estudo ainda estão por vir...
Dois anjinhos quer ter, depois de independência e muitas outras metas conseguir. Romântica, calma, carinhosa, e com uma ansiedade sem fim! Exigente, para não dizer sobre uma certa tendência em liderar...
Crianças sempre estão ao seu redor. Renova-se com a inocência destes seres tão especiais, e por muitas vezes irreverentes! Não importa-se em compartilhar, e muito valoriza o caráter das pessoas que o tem.
Fraquezas que não se escondem em expressões falsas, por fim sempre derrotadas pela alegria de existir e ter a capacidade de superação. Anseio pela própria revolução humana. Desejo de contribuir por uma humanidade feliz. Uma missão única a cumprir.
Poetisando a vida, ao meu modo, espero deixar algo de bom para esse mundinho curioso. Quem sabe um dia, ser mesmo atriz!

3 de fevereiro de 2011

Ao meio de tantos descompassos...

Quando chegou fez carnaval do meu coração
Com aquele momento que achei,
por um instante,
que nunca existiria!
O abraço forte, o sorriso alegre
as conversas até mais tardar...
A promessa de seu cuidado
entre carinhos e risadas sem fim...
Deixou seus rastros entre gangorras
e um violão
Entre os passos
ao meio de tantos descompassos
de uma dança um tanto assim...
improvisada!
Como dói então a partida,
o abraço apertado antes de vê-lo ao longe
a me ferir
Deixou qualquer expressão de alegria
qualquer felicidade que pudesse, enfim
transmitir...
Deixou tristeza, deixou saudade
fez com que a inspiração se manifestasse...
Um anjinho então
gravou seus gestos na vida da menina
(de olhos verdes)
que com amor escreve esta linda recordação!